Recentemente resolvi rever toda a série Dr House. Aproveitei a sua disponibilidade no #Netflix e comecei a maratona. Quer dizer, não foi bem uma maratona, assisto um episódio por dia, quando dá…
O resultado disso é que estou ainda na quarta temporada (uma das melhores por sinal), mas House já mostrou diversas atitudes que são necessárias para quem trabalha com melhoria de processo.
Falando em atitude, para quem nunca viu a série (???), Dr House é dono de uma personalidade marcante e cheia de atitude. Ele conduz o departamento de medicina diagnóstica de um hospital em Nova Jersey, realizando diagnósticos de casos mais escalafobéticos que aparecem.
Mas o que prende na série não são tanto os casos, muito menos os roteiros – que são até um pouco repetitivos – mas sim essa personalidade do personagem principal.
Ele prega peças, persegue, trama, engana, manipula, trapaceia. E assim, (quase) sempre ganha suas disputas e também nos diverte com a série.
Mas não são essas as atitudes que devemos aprender quando falamos de melhoria de processo. Fazendo os “diferenciais”, como chamam discutir os casos, House mostra uma série de atitudes que são admiráveis.
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Dr House é o Rei do Brainstorming
Apesar de intolerante, ninguém estimula um brainstorming como House. Sua equipe fornece diversas alternativas de quais doenças podem estar relacionadas aos sintomas apresentados e só saem da sala quando entendem que trabalharam todas as possibilidades.
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Ele sempre usa Pensamento Visual
Sem o quadro branco em sua sala, ouso dizer que House não solucionaria nenhum caso. Admito que sua organização no quadro poderia melhorar, mas ele não faz nenhum diferencial sem rabiscar o quadro diversas vezes. Além disso, em diversos episódios, ele mesmo se põe a frente do quadro por horas em busca de algum insight.
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Sempre pensa “fora da caixa”
Talvez a sentença “what if” (e se) tenha uma tecla de atalho no computador dos roteiristas da série. Por diversas vezes House – e não só ele – trabalha alternativas para os sintomas e diagnósticos dos pacientes. “E se isso não for um sintoma”, “E se for mais de uma doença”, “E se for um vírus”. O importante é estudar as alternativas.
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Executa PDCAs simples e rápidos
Falando em estudar, ao final dos diferenciais a equipe do House sempre sai da sala com duas missões: executar a ação de contenção e se aprofundar no diagnóstico. Como praticamente todos os seus pacientes correm risco de morte, ele não perde tempo em começar um tratamento mesmo sem ter certeza da doença. Em paralelo sua equipe realiza os exames necessários para confirmar o diagnóstico.
Sempre que os exames não confirmam a doença, o paciente apresenta um novo sintoma ou o tratamento tem um efeito inesperado, a equipe se junta e começa um novo ciclo de discussão, completando o ciclo hipótese-teste-decisão.
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É sempre sobre o aprendizado
Quem já viu a série sabe que House não tem muito apego a pessoas. Muito menos a pacientes. Todo o processo de diagnóstico e tratamento que ele conduz é sempre com a intensão e atenção de se aprender mais. Tanto isso é verdade que, mesmo quando o paciente morre, ele ainda quer saber qual foi a doença. Em um dos episódios ele cura de uma doença terminal um presidiário condenado a morte apenas para saber o que ele tinha.
Fazer melhoria de processo não é fácil. Raramente as pessoas e empresas chegam efetivamente na causa-raiz e conseguem gerar uma solução sustentável.
Um bom brainstorming, guiado por um pensamento visual, pensando fora da caixa, em curtos PDCAs com o objetivo de aprender é grande parte do que precisamos no processo de melhoria.
Essa forma de trabalhar traz engajamento e crescimento da equipe, direciona atividades e faz com que as soluções venham mais rapidamente.
Não deixe de ver ao menos alguns episódios da série, mas com esses olhos voltados para melhoria de processo. Com certeza você vai se divertir e aprender!